A viagem da Terra

O planeta rodopia e os dias passam, enquanto em qualquer lugar do mundo vai-se observando a insidiosa trajetória do Sol sobre a Terra.E os dias se agrupam em meses, e a lua também cicla em sua aparição, crescendo e minguando, até se tornar visível em sua plenitude azul, dourada, marmórea; alucinando os românticos, inspirando os tolos poetas. E os meses passam, se agrupam em hum ano, quando a translação se completa, uma circunvolução inteira ao redor do sol; um movimento flutuante de nossa grande nave-mãe a nos destinar ao caos escuro do Universo, em direção a Vega. Nossas vozes, nossos clamores, nossas máquinas barulhentas nem chegam a um susurro diante do silencio infinito do infinito; que música poderia seguir nesse vácuo? Talvez aquela inaudita aos simples mortais:nós, perdidos,sedentos da nossa redenção, afogados no vazio, sem tábuas e com deuses invisíveis, fictícios? Ano Novo, talhado na mea-culpa de nossas fraquezas, tentando desesperadamente sermos melhores, enquanto os espelhos denunciam diuturnamente nossa pejorativa "humanidade", defeituosa obra, feita de barro, ou pra ser mais preciso:lama, ou quem sabe, cientificamente...Ou pretenciosamnte Pó_ pó das estrelas. Decisivamente temos que nos reinventar, perdir perdão, até por não aceitar nossos desenganos, nossos vícios, por achar que não somos os senhores das guerras, não somos os ladrões, não somos os piratas, não somos os corruptos, não somos os bandidos,muito menos os ditadores;pensando bem não somos os que se acham donos da verdade;não gostamos de Tv, muito menos de redes sociais,nem cometemos crimes cibernéticos.Somos somente nós, buscando a utopia nessa fração redentora do tempo, quando podemos nesse instante sermos felizes e desejamos felicidade. O planeta quase pára e o dia , esse que vislumbra a alvorada de um novo ano,traz o sol, com todas as suas matizes, soprando um vento cintilante de esperança a nos redimir.

Kkampus