Caminhos pela metade

Ainda não sei como as coisas foram se desenhando, mas concluo que faço trilhas por muitas atividades; o flerte com o imponderável, com as incompatibilidades e coisas aparentemente desarmônicas vão se fazendo durante o tempo; em comum , além da tentativa de aprender, de buscar, de se manter vivo, a certeza quase plena de se perder no caminho: vou deixando as coisas pela metade, igual uma obra esquecida no meio do nada, como um barco encalhado num leito raso de alguma praia. Mas, de interessante, eis que um tanto de tempo anárquico que desfruto, surge um recomeço, meio tímido, mas intenso, para deixar algo mais que pegadas frágeis na ventura de quem à cada dia se aproxima mais de um fim incerto. o que farão com minhas palavras, minhas ideias? Serão absorvidas ou cumprirão o mais provável ocaso, destino certo de todos nós. Enquanto vivo neste hiato, com o gatilho empunhado pela sorte ou por um Deus mais incerto ainda (Que seja perdoado pelas blasfêmias da minha solidão humana), sigo, por essas linhas tortas e translúcidas, à espreita de que eu próprio alavanque minhas construções ou junte seus cacos, antes que seja tarde. K.Kampus