Viagens e Trilhas de um Poeta

Viagens e Trilhas de um Poeta

domingo, 22 de janeiro de 2012

Santo Amaro Do Maranhão I





Saímos da Pousada da Pedra após uma carne de sol, já revigorados pelo passeio no Rio Una. A viagem até Pedras foi tranqüila, íamos devagar , estava dentro do planejada. Meu irmão se incorporou á viagem. Deixamos seu carro na Pousada em Morros, nos pareceu mais seguro.
Em Pedras, esvaziamos os pneus, 19libras, para vencer o areal que íamos enfrentar. Dois garotos pediram carona , e mesmo receosos, achamos que por serem nativos, seriam valiosos numa eventual atolada. Dito e certo, numa ladeira no meio do caminho, a viatura do Cesar atolou; lembrei que foi a mesma que na ultima vez atolara, à noite, e que resolvi sozinho. Mas agora estava feio, as rodas estavam bem cavadas na areia. Os meninos mostraram seu valor, colocamos as pranchas e um trator que passou por ali nem foi preciso ser utilizado.Atropelei uma galinha sem querer;infelizmente nem vi; fico com esta dívida , na próxima ido ressarcirei o dono.Atravessamos um rio, e Cesar adorou ter testado seu Snorkel.
Era fim de tarde quando vislumbramos o Rio Grande em Santo Amaro. Do outro lado a cidade nos esperava. Precisávamos atravessar o rio. Descemos todos , câmeras na mão pra filmagem e andamos até a outra margem pra escolher melhor caminho, onde o leito era mais raso. Etapa mais uma vez vencida, com louvor.
Preocupei-me demais com o Cesar e acabei atolando num areial na entrada da cidade. Mais uma vez os meninos tiveram que meter a mão na areia. Rapidamente saímos e chegamos na pousada para o merecido descanso. Combinamos com os garotos para 9hs eles nos guiarem aos passeios. Tenho a trilha até as lagoas marcadas no GPS, mas contratamos os serviços pelo que chamamos de noção de desenvolvimento sustentável.Nesses paraísos, temos que “deixar” o dinheiro, é a maneira de manter a comunidade viva e que possa preservar o lugar.
À noite , tínhamos encontro com o camarão da Malásia e arroz de cuxá, na Pousada Cajueiro. Já havíamos feito o pedido quando chegaram Olinto e Cristina, que vieram por agencia de turismo.Satisfeito a fome; voltamos para Pousada Agua Doce. Armamos nossa estrutura de som , ipod com Baseboss , e o papo foi rolando sobre música popular brasileira numa troca desafiadora de conhecimentos, que muito nos alegrou. Manuel nos ligou e pediu dica pra vir de manhã, uns não acreditaram. Amanhã saberemos , o sábado nos aguarda,promesa de um dia bom.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Um dia em Morros, escondido no Rio Una.






Um dia na vida ,pode conter muito mais que tantos outros. Mais uma vez decidi ir, abortei uma outra viagem, que ficará ali, latente, aguardando outro planejamento, às nascentes do Rio Itapecuru. Segui as orientações da Lúcia, das pedaladas de sábado. Botei pilha em um bocado de gente, mas uns foram desistindo e outros foram se incorporando.À Morros só minha família e a do César ; acordamos cedo, crianças nas viaturas, e o horário marcado no ponto de encontro, próximo ao aeroporto. Seguimos, devagar até Quebranzol para a parada obrigatória. No meio um bocado de motoristas aloprados no Campo de Perizes; enquanto não duplicam a estrada deveriam ser instaladas cameras que flagrassem as irresponsabilidades de alguns, que são verdadeiras tentativas de suicídio e pior, de assassinato. Da Quebranzol fomos seguindo o mapa da Lúcia, além dos morros que emolduravam a estrada, íamos perguntando pelo tal “escondido”. Após passarmos um pouco da entrada do lugar, encontramos um grupo de pessoas que nos indicou o caminho. Da entrada ao sítio da Graça foi fácil, o “ Garrote” já nos esperava e colocou seus meninos para nos guiar. Daí foi só ir por uma trilha de areia, com inúmeras arvores frutíferas, verde pra todo lado, árvores frondosas e arbustos, campos abertos, cavalos pastando, hortaliças cercadas. De repente eis que a trilha cessa num barranco e o rio Una logo ali , raso, com suas águas transparentes, mimetizando o verde da floresta ao redor. Um grande tronco deitado sobre seu leito criando um trampolim natural; nada mais convidativo. A brincadeira de subir na árvore e se atirar nas águas repetiu-se inúmeras vezes. Que bom que o lugar era escondido, assim ainda guarda muito da sua pureza. Não me diferenciei muito das crianças; estávamos ali pra diversão , pra fugir das agruras, pra descobrir mais uma vez...” Viajar é preciso...”, aproveitar o doce presente de viver, desfrutar da natureza, dos amigos, da família, da liberdade.